A blasfêmia contra o Espírito Santo e um reino falhado

21/12/2021 16:55
                         
 
Então levaram-lhe um endemoninhado que era cego e mudo, e Jesus o curou, de modo que ele pôde falar e ver.
Todo o povo ficou atônito e disse: "Não será este o Filho de Davi? "
Mas quando os fariseus ouviram isso, disseram: "É somente por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa demônios".
Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: "Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá.
Se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo. Como, então, subsistirá seu reino?
E se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam os filhos de vocês? Por isso, eles mesmos serão juízes sobre vocês.
Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus.
"Ou como alguém pode entrar na casa do homem forte e levar dali seus bens, sem antes amarrá-lo? Só então poderá roubar a casa dele.
"Aquele que não está comigo, está contra mim; e aquele que comigo não ajunta, espalha.
Por esse motivo eu lhes digo: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada.
Todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era nem na era que há de vir.


Mateus 12:22-32
 

Introdução

É diante de uma controvérsia entre Jesus e os fariseus a respeito do modo de Nosso Senhor agir que nos coloca o Evangelho de hoje. Donde vêm — perguntam-se, maliciosos, os doutores da Lei — as obras daquele nazareno: Será pelo dedo de Deus que Jesus expulsa os espíritos malignos ou pelo poder de Belzebu?
Cristo lhes dá uma resposta tão contundente quanto sóbria. Afinal, como pode o diabo agir contra si mesmo? Um reino internamente dividido não está fadado a ruir?*
 

Uma GUERRA BRUTAL

Há, no entanto, um detalhe neste episódio que por vezes escapa.
Se contemplarmos em conjunto os quatro evangelhos, perceberemos com clareza que a missão de Jesus é compreendida como uma luta entre o Reino de Deus, na pessoa mesma de Nosso Senhor, e o reinado de Satanás, no modelo do governo do mundo humano. Esta realidade do combate entre Cristo e o príncipe das trevas só é plenamente revelada no Novo Testamento, cuja insistência na ação dos demônios no mundo e no poder do Messias sobre eles é de fato intrigante, se comparada com o relativo silêncio do Antigo Testamento a esse respeito. O fato, aliás, de a própria plenitude da Revelação nos dar a conhecer, em termos vivos e incontestáveis, a atividade demoníaca que nos rodeia não deixa de causar certo incômodo em alguns teólogos e exegetas modernos que, para contornar o problema e tornar a figura do diabo mais “palatável”, chegam a negar-lhe existência ou a considerá-lo mero recurso estilístico dos autores sagrados. Seja como for, é importante termos consciência de que, como nos alerta o Evangelho de hoje, nós, pelo pecado, nos tornamos escravos de Satanás, nosso verdadeiro inimigo. É apenas pelo combate ao demônio e às suas tentações que poderemos divisar o bem que devemos fazer aos outros, a necessidade de perdoar a todos os que nos fazem mal, o dever, enfim, de fazer exatamente aquilo que o diabo não quer que façamos: A vontade de Deus.
Satanás, com efeito, está a toda a hora a pôr-nos uns contra os outros, a fazer-nos achar que é pela vingança e o ódio que venceremos nossos malfeitores. E assim ele nos faz esquecer de que, na verdade, é contra ele mesmo que deveríamos estar lutando. Jesus chama hoje a nossa atenção para o real combate do homem. Ele, que nos veio libertar deste cativeiro, chama cada um de nós a tomar as armas da fé e da oração, a fim de combatermos as forças que realmente nos podem levar para o inferno: os principados, as potestades, os príncipes das trevas deste século, as hostes espirituais da maldade.
 

O pecado imperdoável

 
Dito isto é ainda importante notar que no diálogo Jesus é acusado de expulsar os demónios pelo poder do próprio demónio e que isso o leva a uma sentença dura:
"Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens."
É que ao acusarem Jesus de fazer os seus milagres pelo poder do demónio, estão basicamente a dizer que Deus é que é o mau e logo satanás é que é o bom...ELES ESTÃO A ACUSAR O ESPÍRITO SANTO DE SER O MALIGNO, e por inerência o maligno é que é o bom para eles. Ora, segundo Jesus, este tipo de blasfémia de acusação direta a Deus de fazer o mal, não será levada levianamente pelo Senhor, ela NÃO SERÁ PERDOADA e é de extrema gravidade.
Ligue estas afirmações sobre o perigo de blasfemar contra o Espírito Santo com o próximo ponto que Jesus afirmou: "Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado" (Mateus 12:33-37). Jesus estava mostrando que o problema da blasfêmia é muito mais sério do que meras palavras por si mesmas. O que dizemos revela o que somos. Se alguém examina o conteúdo do balde, sabe o que está no fundo o poço. Se alguém examina as palavras que são faladas, ele sabe o que está no coração. Palavras são sinais de caráter. E isto não é verdade somente quanto a palavras de blasfêmia, é verdadeiro também quanto a palavras de confissão. Paulo escreveu: "Se, com tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação" (Romanos 10:9-10). Não é que as palavras, em si mesmas, tenham algum poder mágico, supersticioso, mas é que as palavras mostram algo mais profundo sobre nós.
   
Quando os acusadores de Jesus o acusaram de expelir demônios pelo diabo, mostraram uma profunda dureza de coração. Assim como o homem falou viu, assim os inimigos viram o Espírito expelir demônios e falaram contra ele.
 

Mas não está escrito na escritura que Deus nos purifica de TODO o pecado?

 
Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.

1 João 1:7
 
Poderíamos então achar que existe afinal uma contradição na Bíblia, pois existe um tipo de pecado pelo qual não podemos ser perdoados. Muitos ao lerem isto poderiam até se achar já condenados pois blasfemaram contra Deus quando ainda não se tinham convertido.

Mas esses podem ficar descansados pois a vontade de Deus em perdoar é infinitamente maior à sua vontade de punir.

A diferença aqui é que contrariamente a nós, que atualmente cremos sem ver, os fariseus que acusavam Jesus viam os seus milagres, eles eram sobrenaturais, as pessoas eram curadas das mais terríveis enfermidades e Jesus chegou mesmo a ressuscitar mortos. Ainda assim eles se recusavam a crer!
Aliás isso explica o porquê de Jesus dizer:
Todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era nem na era que há de vir.

Mateus 12:32
É que na era futura, no milénio, onde Cristo reinará fisicamente e exercerá seu poder pela obra do Espírito Santo, teremos exatamente a mesma realidade. Quem blasfemar nessa altura será condenado.
 
Mas voltando aos fariseus, eles estavam tão empedernidos contra a verdade que podiam realmente testemunhar os maravilhosos milagres e santidade de Jesus e, ainda assim, acusá-lo, sem hesitar, de estar aliado ao diabo. Eles estavam extremamente cegos e corrompidos. Enquanto outras blasfêmias podiam ser perdoadas, a blasfêmia deles contra Jesus demonstrava um grau de dureza espiritual que poderia tornar impossível para eles o arrependerem-se. O problema aqui é o problema deles, não de Deus. Deus tem capacidade ilimitada para perdoar a qualquer que o busque, mas estas pessoas não tinham coração para buscá-lo. Portanto, eles nunca seriam perdoados.
 
 
 

Portanto, eles mesmos serão os vossos juízes.

Neste caso específico vemos ainda uma interessante réplica de Jesus aos seus acusadores:
E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam então vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juízes.
Jesus está respondendo a uma acusação feita contra ele pelos fariseus. Eles afirmam que Sua impressionante capacidade de expulsar demônios vem de Belzebu (Mateus 12: 22–24). O primeiro contra-argumento de Jesus é que, se isso fosse verdade, significaria que Satanás estava expulsando seus próprios demônios. Ele estaria em uma guerra contra si mesmo, e seu reino cairia. Em outras palavras, a ideia em si é sem sentido lógico aparente (Mateus 12: 25–26).

Agora Jesus oferece uma segunda refutação: por quem os "filhos" - neste contexto, ou seja, discípulos ou associados - dos fariseus expulsam demônios? Aparentemente, alguns fariseus em Israel praticavam exorcismos, ou pelo menos alegavam que praticavam. Uma coisa que impressionou as multidões sobre Jesus foi que Sua autoridade sobre os demônios era absoluta. Ele os expulsou com uma única palavra (Mateus 8:16). Os exorcistas da época aparentemente tentavam usar encantamentos e outras cerimônias elaboradas para remover demônios das pessoas. Coisas que ainda vemos reminiscências no catolicismo romano.

O ponto de Jesus, porém, é mais lógico. Uma acusação de que Ele expulsou demônios pelo poder de Satanás só poderia levantar questões sobre o poder que os fariseus invocavam para expulsar demônios, visto que estes estavam em oposição a Jesus. Sua acusação tola poderia sair pela culatra e colocar em questão as práticas de seus próprios associados. O pior problema com essa linha de pensamento, como Jesus continua explicando, é o que ela diz sobre a obstinação obstinada do fariseu para com Deus (Mateus 12:32).
Se Jesus realmente expulsava demónios pelo poder de Deus, então os discípulos dos fariseus usavam de vigarices ensinadas por seus mestres para dizer que expulsavam demónios e no futuro julgamento divino se defenderiam de suas práticas acusando os seus próprios mestres de assim os terem ensinado, condenando os mesmos.
Estas são acusações muito perigosas que no futuro se viram contra os próprios acusadores e como tal extremamente sérias.
 

*Nota final - Um reino falhado

Como nota final vemos que a acusação de Jesus dizendo que se Satanás lutasse contra ele mesmo o seu reino cairia é também uma profecia.
Devido à existência do cristianismo, o que vemos atualmente é que satanás é obrigado a de tempos em tempos destruir o seu sistema trazendo o mesmo sobre uma outra roupagem devido à saturação e injustiça social que sempre existe, é o chamado ordo ab chao dos maçons. Jesus, o mais forte, amarrou o seu adversário num círculo do qual este não pode se libertar.
Ora, o que vemos por exemplo nos dias de hoje a acontecer?
Exatamente o mesmo processo, satanás atualmente está a destruir a ordem mundial atual para que dela surja a Nova Ordem Mundial, saiba mais:
O Sistema luciférico da Nova Ordem Mundial e a narrativa Covid, como se relacionam. O Masterplan de Satanás

 https://www.nunes3373.com/news/o-sistema-satanico-da-nova-ordem-mundial-e-a-narrativa-covid-como-se-relacionam/
 
 Sendo assim a profecia é de cumprimento inevitável: O REINO DE SATANÁS COLAPSARÁ SOBRE ELE MESMO e devido a si mesmo, levando com ele os seus seguidores, a derrota ja está decretada!
Satanás foi derrotado, ele não conseguiu demonstrar o seu “superior” método de governo e liderança, ELE FALHOU!
TODA A HONRA E GLÓRIA AO SENHOR JESUS!!!
 
 

Fontes:

Blasfêmia contra o Espírito Santo
https://estudosdabiblia.net/d84.htm
O que Mateus 12:27 significa? 
https://www.bibleref.com/Matthew/12/Matthew-12-27.html
Nossa luta é contra Satanás e seus anjos
https://padrepauloricardo.org/episodios/nossa-luta-e-contra-satanas-e-seus-anjos?page=236