Pode alguém ser salvo só por obras sem sequer crer em Jesus? - Parte 1
17/09/2015 11:22
Na minha vida de pregador e evangelista cristão muitas vezes sou confrontado com a seguinte pergunta:
E as pessoas boas e que só fazem o bem, mas não crêem em Jesus, podem elas ser salvas?
Fora o debate sobre as pessoas que “só fazem o bem”, pois isso não existe, esta é uma interessante pergunta e que engloba dois tipos de pessoa, as que já ouviram falar em Jesus e as que nunca tiveram contacto com o evangelho.
O evangelho já foi levado a todo o mundo, pois então poucos serão inescusáveis, rejeitar conhecê-lo não é desculpa
Abordaremos o segundo tipo de pessoas na próxima parte deste artigo mas agora debruçar-nos-emos apenas sobre as primeiras e que são a grande maioria da humanidade.
Jesus vs. religiões
Antes de mais é importante que se diga que a resposta a esta pergunta define a grande diferença entre o cristianismo bíblico e todas as outras religiões.
Elas são diferenciadas principalmente por aquilo que ensinam a respeito da salvação – como uma pessoa pode chegar ao Céu, ao Paraíso, ao Valhalla, ao Nirvana ou à morada de Deus, ou seja lá o que as pessoas crêem sobre a vida após a morte. Cada uma pode ser classificada em uma destas categorias:
1) o que o ser humano tem de realizar ou,
2) o que Deus consumou (através de Jesus).
Em palavras mais simples: a religião do “Fazer” ou a do “Feito”. Estou-me referindo ao fato de que em 1) ou há coisas que devemos fazer (realizações humanas), ou em 2) não há nada que possamos fazer porque tudo já foi feito (consumação divina) para ganharmos a entrada no céu.
Apenas o Cristianismo bíblico está na categoria de consumação divina. Todas as outras religiões do mundo devem ser classificadas sob o rótulo de realizações humanas:
-No hinduísmo temos cerca de 330 milhões de deuses que precisam ser apaziguados por meio de algum tipo de ritual.
-O budismo também se baseia primeiramente em obras, Tudo é feito por meio dos esforços humanos, isto é, “por se fazerem as coisas corretas” a fim de se atingir o Nirvana.
-No islamismo, o paraíso é obtido quando Alá pesa as obras boas e os feitos maus em uma balança no Dia do Julgamento.
-No judaísmo, o céu é alcançado por aquele que guarda a Lei e seus cerimoniais.
E entre diversas seitas e credos ditos “cristãos” também existem uma serie de ritos, sacrifícios ou dogmas que se não forem cumpridos também (segundo eles) levam ao inferno, embora, como veremos, estas ideologias são contra o que a Bíblia afirma.
Salvos pela graça
Todos os sistemas de crenças que mencionei, e também muitos outros, consistem em fazer ou não fazer determinadas coisas para alcançar o “céu”. Todos são baseados nas realizações humanas. Mas, e o Cristianismo Bíblico? É diferente? Como?
Efésios 2.8-9 deixa claro: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”.
Isso é bem direto. Nossa salvação não tem nada a ver com nossas realizações!
O versículo 8 nos diz que é pela graça que somos salvos. A graça é um favor imerecido. Se qualquer mérito estiver envolvido, não pode ser graça. A graça é um presente de Deus. Portanto, se for pela graça, não pode ser pelas obras.
O ensinamento de Paulo aos efésios é reafirmado na Epístola a Tito:
“Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna”
Tito 3.4.
Podemos perceber que isso é consistente com Efésios 2.8-9. Não é por meio de nossas obras que somos salvos – não é por meio de obras de justiça que fizemos – somos salvos por meio da misericórdia de Deus.
E você pode perguntar: Como pode ser assim tão simples?
Mas a verdade é que o é! Pode ser confuso de ser tão simples, mas é mesmo assim que funciona, até mesmo um grande pecador pode atingir a salvação desde que aceite Jesus, foi assim com o ladrão que foi crucificado juntamente com Ele, só por ter crido naquela altura antes de morrer.
O que nos traz a condenação?
Primeiro precisamos de responder: Condenação a quê?
Resposta: - À morte!
E o que é a morte?
Nas Escrituras, a morte sempre envolve a separação:1) a morte física (a degeneração do corpo, levando finalmente à sua separação da alma e do espírito), e 2) a separação eterna de Deus.
E então o que nos trás a condenação?
-Segundo a Bíblia o pecado! E pecadores somos todos nós:
"Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”
Romanos 3.23;
“Porque o salário do pecado é a morte”
Romanos 6.23;
Sobre este ponto já fomos bem exaustivos na explicação em outros artigos que podem ser consultados nas referências (1).
Então considerando que todos somos pecadores de uma maneira ou de outra, ou seja, que por muitas virtudes que tenhamos, sempre há um defeito que nos afastou e afasta de Deus, alguns poderão perguntar:
E o que acontece se nós fizermos todo tipo de boas obras que possam suplantar nossos pecados?
Aqui eu poderia utilizar o ditado popular que afirma que: “se as boas acções redimissem, punham-se os criminosos nos escuteiros”, mas vou utilizar as escrituras para demonstrar que qualquer tentativa de merecer a salvação por meio de nossas obras não é apenas fútil – é impossível:
“Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos”
Tiago 2.10
E, ainda pior, tentar merecer a salvação é uma negação da infinita penalidade imposta por Deus, uma rejeição do “dom inefável” de Deus, e um repúdio ao que Jesus realizou por nós.
